Hugo Ferreira Braga Tadeu
Professor convidado da Fundação Dom Cabral
Como estamos estruturando as nossas cidades para o futuro? Qual a qualidade de vida que desejamos? Quais frutos do planejamento atual colheremos daqui a alguns anos? Teremos recursos suficientes para todos?
O crescimento econômico atual vem impondo um padrão de vida nunca antes observado por todos nós: ritmo de trabalho acelerado, ampla necessidade por conexão, demandas empresariais maiores, gente cada dia mais preparada e estruturas sociais antes não imaginadas. Mas qual o custo destas evoluções?
Pode-se perceber que as grandes cidades já apresentam limites para a boa convivência como resultado do seu crescimento desordenado. Os sistemas de transportes estão no limite da sua capacidade, a geração de energia está abaixo da demanda, os sistemas de comunicação (como internet, telefonia fixa e móvel) apresentam falhas recorrentes, a violência urbana é latente e as pessoas parecem andar constantemente estressadas.
Quem nunca teve problemas de atrasos em função dos engarrafamentos, aeroportos saturados ou trabalhos não-realizados devido à queda das redes de telecomunicação? Além destes fatores, não conseguimos solucionar os problemas de saneamento básico, o que é um risco absoluto para a saúde pública e crescimento das gerações mais carentes, não eliminando a questão da violência urbana da pauta de soluções.
Deve-se pensar no longo prazo e avaliar a história recente para entender que a limitação de recursos é latente, com sérios riscos estruturais, com possíveis rupturas em andamento. Mas qual seria a cidade do futuro ideal? Como não existe bola de cristal, deve-se pensar em planejamento e gestão em busca das melhores condições de vida e nível de serviço adequado para todos. A adoção de exemplos mundiais e dados estatísticos para planejamento são bem- vindos.