Sofri um acidente em 04 de maio de 2023, quando pedalava pela Avenida Suíça, no bairro Tibery, na cidade de Uberlândia. No momento do acidente fui socorrido por equipe do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais e levado para a unidade de saúde denominada de Uai Tibery. No dia 05 fui transferido, a contragosto, para o Pronto Socorro do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia. Portanto, um hospital escola.
Só fui conhecer a triste realidade de ter que ser atendido por alunos depois da tortura e mau atendimento que fui vítima durante os primeiros 18 dias de internação, 12 destes passados com a perna esquerda imobilizada e numa maca estacionada num corredor do Pronto Socorro, um verdadeiro caos.
No dia 05 de maio foi feita a cirurgia para colocação dos fixadores de alinhamentos dos membros inferiores e superiores esquerdo (tíbia e fêmur), utilizando uma estrutura de 4 kg que parecia uma ferragem. Nesta cirurgia já fui contaminado com 2 bactérias, sem que os “médicos” percebessem. Fui tratado, mesmo sem diagnósticos, com fortes antibióticos e só tive uma melhora também graças à resistência que meu organismo adquiriu depois de vários anos praticando o ciclismo. Pedalava em média 150 km por semana.

Em 18 de maio foi a vez da segunda cirurgia para colocação da placa T medial com 6 parafusos e mais o enxerto (sem minha autorização). Não estava previsto isso. Creio que após um erro médico, resolveram no meio do procedimento retirar ossos da crista ilíaca (parte superior do quadril) e inserir no planalto do platô tibial de meu membro inferior esquerdo.
Ao meu ver, fizeram uma lambança. Sem detalhar aqui todo sofrimento que passei pela infecção de duas fortes bactérias, que quase tiraram minha vida.
Após cirurgia mal sucedida em fizeram o enxerto de ossos retirado da minha crista ilíaca para restauração de fratura no platô tibial schatzker IV, descobri a perna de ligamentos, tecidos, nervos e muita massa muscular. Mas o pior estava por vir.
Após 5 meses do acidente, período em que fiquei entre a cama e cadeira de rodas (fiquei 5 meses sem andar), o resultado foi uma artrose crônica.
Por que isso? A causa é que ossos enxertados ficaram em atritos com o fêmur (acrescente-se a isso a destruição dos ligamentos na cirurgia), como é possível observar no raio-x. Os ossos enxertados nunca são perfeitos como a planície natural do platô tibial. Contudo, o resultado provou uma elevação na planície do platô tibial, gerando atrito que tiveram impactos no osso do fêmur, que sofreu desgaste no deslocamento. Quais seriam as soluções e possíveis intervenções ortopédicas?
Após uma cirurgia mal sucedida de enxerto de ossos retirados da crista ilíaca para restauração de uma fratura no platô tibial, como no caso apresentado – de uma artrose crônica resultando em elevação da planície do platô tibial -, é necessário buscar soluções e possíveis intervenções ortopédicas para corrigir as consequências negativas da cirurgia.
Uma das soluções possíveis é a realização de uma artroscopia, um procedimento minimamente invasivo que permite a visualização e o tratamento dentro da articulação do joelho. Durante a artroscopia, o cirurgião ortopédico pode realizar uma limpeza da articulação, removendo restos de tecidos, aderências e fragmentos ósseos soltos que possam estar causando dor e limitação de movimento.
Além disso, a cirurgia de revisão, também conhecida como cirurgia de revisão de artroplastia, pode ser necessária para corrigir as consequências da cirurgia mal sucedida. Essa cirurgia consiste na remoção do implante original e na substituição por um implante novo. Nesse caso, o cirurgião terá que avaliar cuidadosamente a qualidade óssea e a viabilidade do uso de um implante de joelho revisional para reconstruir o platô tibial.

Em alguns casos mais complexos, pode ser necessário realizar procedimentos de reconstrução óssea. A condroplastia, por exemplo, é uma técnica utilizada para restaurar a superfície articular desgastada, sendo especialmente útil em casos de lesões focais de cartilagem. Já o enxerto ósseo autólogo ou aloenxerto pode ser utilizado para corrigir a elevação da planície do platô tibial, proporcionando uma melhor congruência articular.
Cabe ressaltar que a indicação do tratamento adequado depende de uma avaliação detalhada por um cirurgião ortopédico especializado em joelho. É fundamental que o paciente seja acompanhado de perto para monitorar a evolução da condição e garantir que as intervenções sejam realizadas no momento adequado. Vou procurar atendimento no Hospital Sarah Kubistchek, em Brasília, que é referência em reabilitação.
Outra solução é a colocação de prótese. Essa técnica é utilizada para substituir a articulação danificada por uma prótese, ou seja, um implante em metal e polietileno. Esse procedimento é mais indicado quando o dano à cartilagem for irrecuperável, muito extenso e em pessoas com idade acima de 40 a 50 anos, que é o meu caso. Existem próteses de joelho parciais onde é substituído apenas um compartimento, ou seja, quando o desgaste é limitado apenas uma parte do joelho e próteses totais onde realiza a troca de toda a articulação (fêmur e tíbia).
Além das intervenções cirúrgicas, é importante mencionar que o acompanhamento pós-operatório, incluindo sessões de fisioterapia, é crucial para a recuperação e reabilitação do joelho. A fisioterapia pode ajudar a fortalecer os músculos ao redor do joelho, melhorar a mobilidade articular, reduzir a dor e promover uma recuperação funcional mais completa. Neste aspecto fui prejudicado, porque só comecei a fazer precariamente a fisioterapia na unidade de saúde do SUS (Sistema Único de Saúde) em outubro.
Em resumo, uma cirurgia mal sucedida de enxerto de ossos retirados da crista ilíaca para restauração de uma fratura no platô tibial pode resultar em diversas consequências negativas, como artrose crônica e desgaste ósseo, segundo estudos de ortopedia. No entanto, existem soluções e possíveis intervenções ortopédicas que podem ser realizadas, incluindo artroscopia, cirurgia de revisão e reconstrução óssea, dependendo do caso específico. Vou buscar a orientação de um especialista em cirurgia de joelho para determinar o tratamento mais adequado e garantir uma recuperação satisfatória. E este profissional não pode ser do hospital da UFU. Neles não confiam mais.
FRANK BARROSO
vítima de acidente de trânsito e da mutilação feita pelo Hospital Escola da Universidade Federal de Uberlândia