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Home Políticas Urbanas

A cidade não é neutra: ela escolhe quem pode viver com dignidade

Frank Barroso de Frank Barroso
25 de junho de 2025
em Políticas Urbanas
0
rua sem asfalto com uma criança

A cidade não é neutra porque o planejamento urbano define quem será incluído e quem será deixado de fora

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Muita gente acredita que a cidade é um espaço para todos. Mas não é bem assim. Na prática, a cidade é seletiva. Ela distribui direitos, acessos e oportunidades de forma desigual. E mais do que isso: ela escolhe quem pode viver com dignidade.

As cidades refletem escolhas políticas

Nada no espaço urbano é por acaso. A localização de um hospital, a ausência de calçadas, a falta de linhas de ônibus ou de moradias dignas… Tudo isso resulta de decisões políticas. E essas decisões, muitas vezes, favorecem uma parte da população em detrimento de outra.

Enquanto alguns têm acesso fácil a serviços e conforto, outros enfrentam longos deslocamentos, insegurança e abandono. O território urbano não é neutro. Ele é desenhado por interesses — e, muitas vezes, interesses que ignoram os mais vulneráveis.

Mobilidade: um direito negado

Um dos maiores exemplos dessa desigualdade está na mobilidade. Quem anda de ônibus, a pé ou de bicicleta sofre diariamente com a falta de infraestrutura. Calçadas quebradas, ônibus lotados, ausência de ciclovias ou quando existem são desconectadas e mal conservadas, sinalizações deficientes — tudo isso torna a cidade hostil para quem mais precisa se mover.

Enquanto isso, os carros seguem com avenidas largas, viadutos novos e incentivos fiscais. Quem planeja a cidade privilegia o automóvel, mesmo sabendo que ele é fonte de poluição, congestionamento e desigualdade.

A moradia revela o apartheid urbano

A habitação também revela a face excludente da cidade. O preço do solo urbano força os mais pobres a morar longe, nas periferias, onde faltam serviços básicos. O centro, bem estruturado, é ocupado por poucos. Já as favelas e loteamentos irregulares crescem onde o poder público não chega — ou só chega com polícia, remoção e preconceito.

Quem não tem “documento de moradia” vive à margem da cidade formal. Muitas vezes sem endereço oficial, sem acesso pleno à saúde, educação ou trabalho. É um ciclo de exclusão urbano e institucional.

Quem planeja, decide quem vive bem

A cidade não é neutra porque o planejamento urbano define quem será incluído e quem será deixado de fora. Quando se escolhe onde investir, onde pavimentar, onde construir escolas e hospitais, está se escolhendo quem vai ter dignidade.

E mais: quando o poder público ignora as vozes das comunidades, ele reforça a desigualdade e perpetua a injustiça. Planejar sem ouvir é planejar contra.

O urbano como território de disputa

A cidade é um campo de luta. Todos os dias, movimentos sociais, ciclistas, moradores de ocupações, pessoas com deficiência, mães solo e tantos outros grupos lutam por reconhecimento e espaço.

Essas lutas mostram que a cidade precisa ser ressignificada. Ela deve deixar de ser um instrumento de exclusão para se tornar um lugar de convivência, diversidade e inclusão.

Cidades para pessoas — não para lucros

A transformação começa quando entendemos que a cidade não pode ser pensada só para o lucro. Não pode servir apenas ao mercado imobiliário, aos interesses privados, aos carros e ao consumo.

Cidades humanas priorizam o bem-estar. Garantem acesso universal, mobilidade segura, moradia digna, espaços públicos de qualidade. Só assim é possível falar em justiça urbana.

A cidade não é neutra. Ela carrega a marca das escolhas que fazemos — ou que deixamos que façam por nós. Se queremos uma cidade justa, precisamos assumir essa disputa.

Lutar pelo direito à cidade é lutar pela dignidade de todos. É garantir que nenhum cidadão seja invisível, descartável ou excluído. Porque onde a cidade falha, a dignidade se perde.

Tags: apartheid urbanocidade não é neutraplanejamento urbano
Frank Barroso

Frank Barroso

Bacharel em geografia pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU); jornalista profissional desde 1987, web design há mais de 20 anos. gestor social, líder comunitário, ecologista. Frank é pesquisador na área de planejamento urbano, mobilidade sustentável e geomarketing.

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