A Associação dos Usuários do Transporte Público de Uberlândia – AUTRAP promoveu na sexta-feira, dia 01/03/2013, o Seminário Interativo sobre a Gestão do Transporte Coletivo, às 19 horas, no auditório “C” do bloco 5 “O” do campus Santa Mônica da Universidade Federal de Uberlândia – UFU. O palestrante principal do evento foi professor Adailson Pinheiro Mesquita, Engenheiro Civil formado pela UFU, Especialista em trânsito, Mestre em transportes (UnB) e Doutor em Geografia (UFU). O seminário tev ainda a presença de observadores do transporte coletivo que acompanham a gestão local, os amigos Samuel Moitinho e Bruno Guimarães. Na mesa de abertura tivemos também a presença da geógrafa Vânia Santos Figueiredo, de Guilherme Targino, Clodoaldo Massardi, diretora da Aparu (Associação dos Paraplégicos de Uberlândia), do representando a coordenação do Diretório Central de Estudantes da UFU e do presidente da AUTRAP, o gestor social Frank Barroso.
Segundo Frank Barroso, presidente da Associação dos Usuários do Transporte Público de Uberlândia – AUTRAP, o seminário tem a proposta de refletir sobre a dinâmica do governo municipal que transfere parte significativa de sua responsabilidade (concessão, planejamento, monitoramento e fiscalização do transporte coletivo) para a esfera privada, ou seja, para empresas cuja preocupação primordial é lucrar. Frank Barroso destaca o fato de que na cidade de Uberlândia, mesmo com a nova gestão, não há uma política pública de governo para os serviços de transporte, o que implica o planejamento de ações a médio e longo prazo. As ações do governo local são apenas “reações” às demandas e reclamações dos usuários do transporte coletivos, que continuam sofrendo com atrasos e superlotações.
Diante da precariedade do transporte coletivo, emergem soluções alternativos, como moto-taxi, aumento de motos e carros particulares, que geram um trânsito cada vez mais caótico na cidade. Nota-se que essa situação, ademais, tem gerado graves problemas no âmbito da segurança e da saúde pública. Tudo isso, constitui reflexo da falta de política de planejamento do espaço urbano, chegando a penalizar, ainda mais, as classes populares e privilegiar as classes mais abastadas da população.
Para Frank Barroso, o evento será importante para discutir as novas medidas da Prefeitura Municipal em desonerar as empresas para ampliar o desconto do passe escolar e ampliar o passe de idosos para pessoas a partir de 60 anos. Medidas que parecem beneficiar mais as empresas do que alterar o quadro de uma tarifa injusta, que penaliza as classes populares.
Nesse sentido, chama atenção a falta de credibilidade daqueles que fixam os preços (as empresas privadas), assim como os critérios técnicos usados para calculá-los. Com efeito, na cidade de Uberlândia os usuários vão começar a pagar, a partir de maio, por serviços não prestados. Trata-se de notar que R$ 0,145 centavos incluídos nas passagens de ônibus deveriam ser destinados ao serviço de manutenção do Transporte Coletivo (CGC – Contribuição Geral de Operação), mas este recurso será totalmente simplesmente apropriado pelos donos das empresas responsáveis pelos serviços, não havendo perspectiva de implementação do mencionado sistema, que continua com baixa qualidade.
Frank Barroso reivindica de um adequado planejamento do Transporte Coletivo. Para ele, um transporte eficiente e de qualidade promoveria ganhos nos âmbitos ambientais, econômicos e urbanístico. O presidente da Autrap faz o apelo para que a sociedade seja mais participativa e que o governo municipal seja mais democrático, desenvolvendo uma cultura de participação, a fim de que o Transporte Coletivo, assim como todo o espaço urbano se configure de tal forma que se possa construir na cidade de Uberlândia uma vivência social digna, saudável e sustentável.